Apesar de ser um cereal muito conhecido e amado na alimentação humana, o milho está presente na indústria de ração animal, de combustíveis, de bebidas, cosméticos e outras finalidades diversas. Continue a leitura do artigo para compreender qual é o papel do milho
na agricultura, a origem, características da planta, cultivo, doenças e pragas mais frequentes e para que serve.
Qual é o papel do milho na agricultura e na economia?
O cultivo de milho está em segundo lugar na produção agrícola brasileira com estimativa de pouco mais de 123 milhões de toneladas na safra 2022/23, segundo levantamento de 2023 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ou seja, um aumento de 9,1% em relação à safra anterior.
Dessa forma, o milho impacta diretamente diversos setores da economia e, principalmente, aqueles voltados para nutrição animal que recebe a maior parte da produção. Também há aplicações do cereal nos ramos de alimentação humana, indústria e biocombustíveis.
Origem e características da planta de milho
Especialistas apontam que o milho tem origem na América Central e na Ásia e que passou a ser desenvolvido há quase 10 mil anos. Mas o que é essa planta? Ela uma gramínea da família Poaceae da espécie Zea mays L. que prefere ambientes com temperatura variável entre 24 ºC e 30 ºC, alta radiação solar e disponibilidade hídrica entre 400 e 700 milímetros durante o ciclo.
A planta do milho é classificada como monoica por ter órgão reprodutor masculino e feminino na mesma planta. Porém, só ocorre cerca de 5% de autofecundação, ou seja, 95% da fecundação acontece de forma cruzada, assim, a planta recebe o pólen das plantas vizinhas de forma natural, muitas vezes auxiliada pelo vento e outras condições ambientais.
O órgão reprodutor masculino, que é chamado de antera e é caracterizado pelo pendão, produz e libera os grãos de pólen, para ele atingir o órgão reprodutor feminino, que é chamado de estigma e caracterizado pela espiga.
Conheça as fases da planta de milho:
Fase Vegetativa
A fase vegetativa da planta de milho começa com a Emergência (VE), que vai do contato da semente com o solo até o surgimento acima da superfície do solo. Após a emergência, inicia a etapa da Primeira Folha (V1) que é caracterizada pelo surgimento da primeira folha totalmente expandida e um colar arredondado na planta e das raízes nodais abaixo da superfície.
As próximas etapas envolvem a expansão da raiz, e surgimento de novas folhas, que passa por Segunda Folha (V2), Terceira Folha (V3), Quarta Folha (V4) até atingir o número total de folhas (Vn).
A última etapa da fase vegetativa é o Pendoamento (VT) que consiste no aparecimento completo do pendão, altura final da planta e alta sensibilidade ao estresse biótico (microrganismos, insetos e plantas invasoras) e abiótico (seca, alta ou baixa temperatura, deficiência ou excesso de nutrientes etc.).
Fase Reprodutiva
A fase reprodutiva começa com o Espigamento (R1) que marca o surgimento de estilos -estigmas (popularmente chamado de cabelo) e da polinização. Seguido por:
Grão bolha (R2): líquido claro na parte interna dos grãos e estilo-estigma na cor marrom
Grão leitoso (R3): líquido branco no interior dos grãos e transformação de açúcares solúveis em amido
Grão pastoso (R4): estilo-estigma seco na cor marrom escuro e fase de ganho de peso
Grão farináceo (R5): concavidade superior no grão e aspecto farináceo por causa da perda de água
Maturidade fisiológica (R6 ou MF): formação de camada na cor preta na ponta do grão
Como é cultivada a plantação de milho? Como plantar?
Com o melhoramento genético do milho, é possível produzir sementes cada vez mais tolerantes às doenças foliares, às pragas e ao estresse híbrido, além de maior qualidade no colmo, sanidade dos grãos e excelente empalhamento. E o melhor: mais produtivas.
Mas apesar do milho ser uma planta com alto potencial produtivo, é preciso reconhecer as limitações e potencialidades da área, estratégias para minimizar os fatores de estresse e equilíbrio nutricional e fisiológico. Ou seja, o manejo adequado deve estar presente em todo o cultivo para obtenção de uma boa performance.
Entretanto, as orientações sobre manejo variam de acordo com a região e com o tipo de semente de milho que está sendo cultivada. Confira alguns pontos de destaque:
Altitude
Temperatura
Umidade
Luminosidade
Nutrição
Densidade, profundidade e espaçamento de plantio
Manejo de pragas e doenças
Já em relação ao período de plantio no Brasil, o milho é cultivado principalmente na segunda safra ou safrinha, onde possui uma área mais expressiva e, também na safra de verão que também é chamada de safra das águas.
Doenças e pragas na plantação de milho
A alta rentabilidade da lavoura de milho está diretamente relacionada com o controle de doenças e pragas características do cultivo. Por isso, é importante que o produtor esteja sempre atento às condições da região para um manejo correto do solo e cuidado adequado com a planta.
Confira as doenças foliares e pragas mais presentes na plantação de milho:
Complexo de Molicutes e Viroses (CMV): grupo de doenças transmitidas pela cigarrinha e pelo pulgão que podem ser muito prejudiciais para a rentabilidade da lavoura de milho.
Percevejos: Percevejo Barriga-Verde (Dichelops furcatus) e D. melacanthus; Percevejo Marrom (Euschistus heros) e Percevejo Verde (Nezara viridula). O gênero Dichelops.ssp tem um potencial maior para causar danos econômicos na cultura do milho na fase inicial.
Lagartas: Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda); Lagarta da espiga (Helicoverpa zea); Broca do colmo (Diatrea saccharalis);
Lagarta Elasmo (Elasmopalpus lignosellus); Lagarta rosca (Agrotis ipsilon).
Bipolaris maydis: doença causada por fungos e, normalmente, é caracterizada por lesões alongadas e limitadas pela nervura da folha.
Antracnose foliar: doença fúngica causada pelo patógeno Colletotrichum graminicola que causa sintomas nas folhas e no colmo da planta de milho.
Cercosporiose: doença causada pelos fungos Cercospora
zeae-maydis, Cercospora sorghi f. sp. maydis e Cercospora zeina e tem como sintoma o aparecimento de lesões que crescem paralelamente às nervuras da folha, causando o acamamento das plantas.
Ferrugens: doenças causadas por fungos que são divididas em Ferrugem comum do milho (Puccinia sorghi) e Ferrugem polissora do milho (Puccinia polysora).
Turcicum: doença causada pelo fungo Exserohilum turcicum e tem como sintoma o surgimento de lesões necróticas nas folhas.
Mancha-branca: doença que pode ser causada por uma interação de patógenos (Phaeosphaeria maydis / Pantoea ananatis) e que tem como sintoma o surgimento de lesões arredondadas nas folhas.
Diplodia: doença causada pelo fungo Stenocarpella macrospora e as lesões primárias possuem coloração marrom clara, com extremidades bem definidas e predominante com presença de halo amarelado.
Para que serve o milho?
O milho já faz parte da culinária do Brasil e é matéria prima de diversos pratos tradicionais, como: pamonha, curau, bolo, farinha, pão, creme, entre outros. Afinal, é um cereal rico em vitaminas e minerais, fibras e propriedades antioxidantes.
Mas a maior parte da produção do cereal está focada na alimentação animal pelas propriedades nutricionais, sendo ainda mais frequente na produção de silagem para bovinos de leite e corte. Além disso, o milho está presente na fabricação de balas,
sorvetes, bebidas, biocombustível e industrial como espessante e colantes para diversas finalidades.
Diferença entre o grão de milho e as sementes de milho?
A capacidade produtiva é uma das principais diferenças entre
o grão de milho e a semente de milho. Afinal, a semente recebe alta tecnologia para uma genética avançada em relação à qualidade da planta e tolerância.
Já o grão de milho, sofre mudanças na expressão genética após a colheita e, por isso, não tem a mesma potência em performance. Ou seja, não é possível ter segurança sobre os resultados que podem ser obtidos.
Se você deseja adquirir sementes de milho, conheça as nossas
marcas: