A radiação solar é a fonte de energia para todos os processos físicos, químicos e biológicos relacionados ao desenvolvimento das plantas (TAIZ et al., 2017). Grande parte da matéria seca do milho (90%) provem da fixação de CO2 pelo processo da fotossíntese. O milho é uma planta C4, portanto apresenta alta eficiência na utilização de luz e CO2, sendo capaz de produzir mais que outras plantas com a mesma disponibilidade de radiação solar. Uma das causas na queda da produtividade no milho é a deficiência de luz em períodos críticos do desenvolvimento, como por exemplo no enchimento de grãos (Emcapa, 1996).
Apesar da eficiência das plantas C4, uma característica que pode limitar o potencial de eficiência das folhas, é o hábito de crescimento que proporciona um auto sombreamento das folhas inferiores. O melhoramento genético vem selecionado plantas com folhas mais eretas em sua arquitetura. Esta característica morfológica possibilita maior entrada de radiação solar no dossel, alcançando o terço inferior.
Outra estratégia de manejo importante que possibilita maior absorção de radiação solar, é o arranjo de plantas com a redução do espaçamento entre linhas e melhor distribuição de plantas por metro linear que permita uma maior equidistância de plantas na área (Kunz, 2006)
Em anos ou épocas do ano com baixa incidência de radiação solar, devido a alta nebulosidade, a radiação é um fator limitante para altas produtividades. Segundo (Ribeiro et al., 2020), dependendo da fase de desenvolvimento da cultura com restrição da radiação solar, a perda de produtividade pode ser de até 50%.
De acordo com experimento realizado pela Equipe FieldCrops e publicado por Ribeiro et al. (2020), onde foi testado o efeito da restrição da radiação solar em 50% na fase de desenvolvimento vegetativo onde o componente de produtividade de número de grão por espiga não foi afetado, porém causou redução de 6 a 10% na massa de grãos. A fase reprodutiva se mostrou mais sensível a restrição da radiação solar, apresentando valores elevados de redução dos componentes de produção, principalmente na fase R3-R6 houve uma redução de 26% no número de grãos por espiga e redução na massa de grãos de 21%.
Para que as fases mais exigentes da cultura coincidam com o período de maior disponibilidade de radiação solar, a principal prática de manejo é ajustar a época de semeadura.
Referências:
AGROPECUÁRIA, EMPRESA CAPIXABA DE PESQUISA. Manual técnico para a cultura do milho no Estado do Espírito Santo. 2014.
RIBEIRO, Bruna San Martin Rolim et al. Ecofisiologia do milho visando altas produtividades. 2020.
TAIZ, Lincoln et al. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. Artmed Editora, 2017.
KUNZ, Jéfferson Horn. Distribuição da radiação solar na cultura do milho em função de manejo do solo, arranjo de plantas e condição hídrica. 2006.