Recentemente, o Brasil tem conquistado excelentes resultados na produção de milho, que é uma cultura altamente relevante para o mercado nacional e internacional. Dentre os fatores que podem afetar a produtividade do milho, estão as doenças transmitidas por insetos vetores como pulgão e cigarrinha, estes fazem a transmissão de molicutes e viroses, por esse motivo o nome Complexo de Molicutes e Viroses (CMV).
Entre os exemplos de doenças que se enquadram no CMV temos: Enfezamento Pálido e Vermelho e Rayado Fino, transmitidos pela cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), além do Mosaico Comum, transmitido pelo pulgão-do-milho na forma alada (Rhopalosiphum maidis). Neste artigo, você irá conhecer os insetos vetores, os sintomas das principais doenças do CMV no milho e como reduzir os danos com híbridos tolerantes e manejo adequado.
O que é CMV no milho, cigarrinha-do-milho e pulgão-do-milho?
O Complexo de Molicutes e Viroses, conhecido como CMV no milho, é composto por diferentes doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho e pelo pulgão-do-milho. Os impactos dos sintomas podem variar de acordo com a tolerância do híbrido para as doenças e, normalmente, é mais intenso quando a infecção ocorre nos estádios iniciais de desenvolvimento.
Dessa forma, é essencial aplicar práticas que buscam reduzir os danos do CMV no milho, como: o monitoramento dos insetos vetores e das plantas de milho infectadas, a aplicação antecipada de inseticidas para a redução da população dos insetos vetores, entre outros.
A cigarrinha-do-milho é um inseto de aproximadamente 0,5 cm na cor branco-palha e se alimenta sugando a seiva da planta de milho. Os indivíduos só se reproduzem na cultura do milho, levando cerca de 24 dias para alcançar a fase adulta e, após isso, vivem cerca de 45 dias.
Já o pulgão-do-milho é um inseto pequeno que se aloja especialmente no cartucho e entre as folhas do milho, é sugador e possui alta velocidade de reprodução em um ciclo de 20 dias. Eles possuem diversas gramíneas como hospedeiros além do milho, como: cana de açúcar, trigo, milheto, braquiárias, capim colchão, sorgo, marmelada, entre outros.
Molicutes do milho: o que causa o enfezamento do milho
Os enfezamentos do milho são classificados como pálido e vermelho e são causados por patógenos pertencentes à classe dos Molicutes. Esses
patógenos recebem o nome de Spiroplasma kunkeilli e Phytoplasma, respectivamente.
A transmissão do molicutes acontece através da cigarrinha-do-milho com
infecção do tipo persistente-propagativa. Isso significa que o patógeno se
multiplica no interior do inseto e, após o período de latência, poderá ser
inoculado nas plantas.
Entre os principais sintomas do enfezamento pálido são o surgimento de
faixas cloróticas, esbranquiçadas ou amareladas da base para o ápice da folha em forma de estrias irregulares; encurtamento dos internódios; e espigas pequenas sem grãos ou com grãos chochos. Já os sintomas mais frequentes no enfezamento vermelho, são avermelhamento das folhas, multiespigamento, encurtamento dos internódios e secagem precoce das plantas.
Além disso, os enfezamentos também podem prejudicar o desenvolvimento das raízes, favorecendo o acamamento de plantas. Esses sintomas aparecem nas plantas de 4 a 7 semanas após ocorrer a infecção, e maiores perdas de produtividade ocorrem quando a infecção acontece nos estádios iniciais da cultura do milho.
Uma situação muito comum nas lavouras é a ocorrência do enfezamento pálido e enfezamento vermelho na mesma planta. Essa situação é chamada de Complexo de Enfezamento (Corn Stunt Complex, em inglês) e necessita de análise laboratorial para identificação correta dos patógenos presentes.
Raiado fino no milho: Mayze Rayado Fino Virus
Conhecido como vírus da risca, o vírus do rayado fino pode afetar
negativamente a produtividade da lavoura e é transmitido pela cigarrinha-do-milho que, quando infetada, carrega as partículas virais nas glândulas salivares, no tubo digestivo e nos corpos gordurosos.
Frequentemente, a ocorrência de plantas infectadas pelo vírus da risca em plantios realizados tardiamente, porque a condição facilita a multiplicação da cigarrinha-do-milho das plantas mais antigas para as mais jovens.
Normalmente, os sintomas surgem entre 7 e 14 dias após a inoculação, e se caracterizam por pontos e estrias cloróticas interrompidas ao longo das nervuras, que podem ser facilmente observados quando as folhas são examinadas contra a luz.
Vírus do mosaico no milho: Sugarcane Mosaic (SCMV)
O vírus do mosaico, transmitido pelo pulgão-do-milho, é uma doença de
grande importância econômica. Entre os principais sintomas que podem ocorrer no período vegetativo, estão as manchas verde-claro com áreas verde-escuro no limbo foliar e o encurtamento de internódios.
No período reprodutivo, as plantas infectadas podem apresentar espigas mal granadas ou sem nenhuma granação, com mau empalhamento, atrofiadas e com característica de decumbência antes da maturação fisiológica dos grãos.
Outro sintoma que poderá ser observado é o quebramento do colmo até o
terceiro nó, que poderá ocorrer mesmo sem nenhum sintoma de doença de solo ou podridão. Neste caso, o colmo apresentará um retorcimento seguido de quebramento.
Como fazer o manejo da cigarrinha-do-milho e do pulgão-do-milho?
Por serem transmissoras de doenças, a cigarrinha e o pulgão do milho podem causar muitos danos econômicos na lavoura. É por esse motivo, que o manejo adequado deve ser realizado para evitar e reduzir as fontes de inóculo dos patógenos e a incidência do vetor na área.
Confira o passo a passo para o manejo adequado do CMV no milho:
1. Monitore a população de cigarrinha-do-milho e pulgão-do-milho durante o ano todo e, especialmente, entre os estágios VE até V8 da cultura do milho (período crítico);
2. Escolha híbridos com alta tolerância ao CMV do milho, faça o posicionamento correto e dê preferência por uso de TSI;
3. Elimine milho voluntário e plantas hospedeiras;
4. Efetue o correto manejo das plantas daninhas;
5. Rotacione as culturas.
Em relação ao controle químico, diversos produtos possuem eficiência no
controle de vetores como piretróides, neonicotinóides e organofosforados.
Para o controle da cigarrinha do milho, o nível de ação predeterminado é
avaliado pela presença ou ausência da praga na cultura. Sendo recomendado, o tratamento de sementes com inseticidas, pois promove a proteção no início do ciclo da cultura. Dentre os grupos químicos, os neonicotinóides tem sido mais eficaz no controle da Dalbulus maidis.
É importante ressaltar, que as primeiras aplicações utilizando apenas organofosforados não oferecem controle satisfatório para o pulgão-do-milho, por isso a importância de rotacionar ingredientes ativos, priorizando os demais nas primeiras aplicações.
Outra possibilidade é o controle biológico, feito com Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, demonstrando a mesma eficiência que inseticidas no controle da cigarrinha. Produtos de caráter biológico, possuem grande perspectiva no sentido de serem incluídos em um programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) por ser uma biotecnologia limpa, sustentável e de baixo impacto ambiental.
Híbridos de milho tolerantes ao CMV
Para que os produtores rurais alcancem o máximo potencial produtivo, a
LongPing High-Tech tem concentrado esforços nas avançadas pesquisas para desenvolvimento e lançamento de híbridos tolerantes ao CMV.
O resultado do trabalho é o sólido portfólio presente nas marcas Morgan,
Forseed e Tevo composto por sementes de alta qualidade para a lavoura. Ou seja, a LongPing continua reafirmando o compromisso de ser líder no desenvolvimento de produtos e soluções para a agricultura, contribuindo com o sucesso econômico do setor e com a segurança alimentar.
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